TUDO TEM UMA UTILIDADE
Mc 6, 7 - 13
Nós sabemos, com certeza por que somos cristãos. Começou por osmose, a fé vem pela vivência de nossa família. Tem gente que diz que vem pelo leite materno. E quando vamos tomando consciência vamos aprendendo a gostar de Jesus Cristo. Tendo nossas experiências com nosso Deus. Somos cristãos porque queremos. Gostamos de Jesus Cristo e sua proposta.
Mas para quê nós somos cristãos... Você já se perguntou quanto a isto...
Tudo que existe tem uma função. Não tem nada que não sirva para alguma coisa. Este Círio Pascal serve para iluminar, é uma vela grande, e pelo seu simbolismo representa Nosso Senhor Ressuscitado, luz de nossas vidas.
As flores, que como Ele mesmo disse, não trabalham, nem fiam, servem mesmo assim para embelezar a vida. Até a mosca serve para alguma coisa, senta onde não deve e depois vai sentar onde também não deve. Ela leva bactérias que levam os corpos sem vida a se decomporem. É a natureza...
Mas para que nós somos cristãos?...
Há cerca de cinquenta anos atrás as Missas eram “rezadas” em latim. Tudo em latim, com exceção da homilia. E no final da Missa o padre saldava o povo dizendo: It, Missa est, em vez do que hoje se diz:”Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe!”. Na minha opinião o que não deveria ter sido mudado era esta saudação final. It, Missa est. Quer dizer: Ide, esta é a Missa. E Missa quer dizer missão. Ide, esta é a missão. Na verdade estamos agora onde? Fazendo o quê?... Uma missão. Vimos aqui, escutamos a Palavra, alimentamonos de Nosso Senhor que é a Palavra feita carne, e depois vamos colocar em prática o que aprendemos aqui.
Somos cristãos para transformarmos o mundo. As realidades. Assim como um só homem mudou a face da terra. Na época de Jesus, cerca de mais de dez mil homens morreram na cruz. Não foram somente três. Jesus e os dois ladrões. Dez mil morreram condenados à cruz. Mas só um nos salvou. Porque era Deus encarnado. Mas qual o segredo de Cristo... Ele tudo fazia em sintonia com o Pai. Tudo fazia como Pai. Cada palavra, cada gesto, cada decisão era com o Pai. “Abba, que queres que eu faça?...”. Com certeza esta pergunta se repetia na mente de Jesus.
Neste Evangelho em que Ele envia os apóstolos sem pão, sem sacola e sem dinheiro, é na verdade o espelho dEle mesmo. Era assim que Ele vivia, sem nada. Só com as sandálias, e uma túnica. Nada mais precisava, porque o seu tesouro principal era o Pai que tudo providenciava. Não queremos aqui dizer que temos que chegar em casa e doar todas as nossas roupas e ficarmos com a roupa do corpo apenas. Pedir demissão do emprego porque não precisamos mais de dinheiro. Mas o que Nosso Senhor quer nos dizer é que nossa Bagagem principal é Ele mesmo. Jesus portava o Pai, se nós portamos Jesus, portamos o Pai e o Espírito Santo.
Ele não nos impede de fazer nada nesta vida. Ele só quer que façamos em sintonia com Ele. Uma vez um jovem procurou-me dizendo que estava com um problema com a sua namorada. “Estavam avançando o sinal!”, disse-me ele. O que dizer... Falar que não façam mais isto. Não adianta. Então me veio de dizer que todas as vezes que se encontrassem invocassem o Espírito Santo de Deus. “É mesmo?” perguntou-me ele. “Sim, traga Deus para o namoro de vocês”. “Avancem o sinal com Ele. O que tiver de errado Ele vai consertar”. Um mês depois eu revi o jovem e perguntei como estavam as coisas. Ele me disse que estava tudo bem e que eles estavam namorando direitinho na casa da namorada dele.
Em tudo temos que estar com o Cristo. “Senhor que queres que eu faça agora...” Ele que vai transformando nossas vidas. Vamos ficando diferente e assim vamos transformando as realidades a nossa volta.
Quando eu era pequeno gostava muito de ouvir um disco de venil verde, pequenino, com uma história: “A roupa nova do Rei”. Contava sobre um rei que era muito vaidoso. Era um rei bom, mas muito vaidoso que todo ano gostava de promover um desfile em que ele aparecia sempre com uma roupa nova. Soube então naquele ano que haviam dois costureiros que faziam um tecido que só era visto pelos muito inteligentes. Os tolos, os burros nada viam. Assim mandou chamar os costureiros que na verdade eram dois bandidos, e contratou-os para fazerem sua roupa nova. Depois de duas semanas de trabalhos e várias moedas de ouro. O rei foi chamado para ver o tecido pronto. Ficou lívido quando eles estenderam o nada a sua frente e claro que ele nada viu. Pensou consigo que era um burro, um ignorante, mas tomou a decisão de fingir que via tudo. “Oh, mas que tecido maravilhoso. A roupa vai ficar magnífica. Parece um arco-íris com tantas cores!”. Mandou chamar seus ministros que também, espantados, nada viram, mas para não serem demitidos, fingiram ver tudo também. Chegou o dia do desfile. O rei chegou na sala de costura para se vestir. Colocou o sapatos, o calção. Os costureiros então vestiram o rei que ainda pensou: “Devo ser mesmo muito ignorante, além de não ver nada, não sinto o tecido em mim”. E o desfile começou. Banda de música tocando na frente. E lá atrás vinha o rei, de sapatos, coroa, cetro, e de calção. E a multidão aplaudia, ninguém queria demonstrar que era ignorante. A cidade inteira dentro de uma imensa mentira. Até que um menino conseguiu no meio da multidão ver o rei. E gritou: “Eu não acredito não!... Vocês estão aplaudindo o rei, de sapatos, de coroa e de calção?...”. Parou a música. O rei olhou para o menino. E não tinha como não dizer que aquela era a verdade. Todos ficaram envergonhados e com pena do próprio rei. As máscaras caíram. E a verdade apareceu pela boca de um menino. É assim que tem que ser um cristão. Que nem este menino. Sermos de tal maneira amigos de Deus que tenhamos tal pureza e verdade que onde nós estivermos as máscaras caiam, as falsidades sejam denunciadas. E fique somente aquEle que é a verdade: Nosso Senhor Jesus Cristo! Que Ele seja louvado para sempre!