DÁ-ME DE BEBER

DÁ-ME DE BEBER

 

“DÁ-ME DE BEBER!”

 

                                          Jo 4, 1 - 42

 

 

                        A sede. Necessidade de beber água. O líquido mais precioso, básico para a vida. Só a água sacia a sede. Em dois momentos da vida de Nosso Senhor Jesus, nos evangelhos, Ele tem sede. A primeira é aqui, no poço de Jacó. E a segunda é na Cruz. Mas qual será a sede de Deus realmente? E qual será a nossa sede? Qual será a sede da samaritana e qual será a sede de Jesus?

                        Embora não tenhamos muita consciência disto, temos sede de Deus. uma profunda sede de Deus. Ele é nossa água, o mais precioso, o fundamental, o tudo que pode calar nossa sensação de vazio que buscamos preencher com as coisas, lugares e pessoas. Passamos a vida inteira em busca de coisas materiais. Colocamos nossa felicidade nessas coisas. Ou ainda em pessoas. Passamos a depender das pessoas que amamos como se nossa felicidade e segurança estivessem nelas. Quantas as coisas, nunca estamos satisfeitos. Se trabalhamos, lutamos para ter uma casa, depois queremos sempre modifica-la, amplia-la quem sabe. Se é um carro, o ano que vem, como seria bom que tivéssemos um outro mais novo. E assim com tudo o mais. Quanto às pessoas, muitas vezes queremos tanto determinadas pessoas que chegamos a nos anular diante delas. Mas tudo isto, as pessoas e coisas, não podem nos preencher. Pobre de quem coloca sua felicidade em tais seguranças. Nós devemos amar sim, nossos pais, nossos filhos, nossos esposos e esposas, mas não colocar neles a razão de nossa felicidade. Por que um dia eles podem faltar, ou nos decepcionar profundamente. Só quem pode preencher o vazio e nos tornar habilitados para amar com sabedoria, vivenciarmos o maor sem apegos, querer bem na medida certa é Deus. É amando a Deus e colocando nEle toda a nossa esperança e razão de nossa felicidade que podemos realmente ser felizes e seguros na vida. Só Deus sacia a sede do ser humano, por que nossa sede é na verdade sede de amor. E Deus é a fonte verdadeira e inesgotável de amor. Todas as criaturas que saíram das mãos do Criador são marcadas pelo amor.

                        E qual será a sede de Deus? Será que realmente Nosso Senhor queria água? Se Ele quisesse não poderia ir numa casa perto e pedir um balde para tirar a água? Por que Ele tinha que pedir para a Samaritana? Qual a sede de Deus? Qual a sede de Jesus na cruz?

                        É a sede de amor. Deus tem sede, e sede de ser amado pela criatura mais bela, a razão de sua vida. Seus filhos e filhas feitos a sua imagem e semelhança. Deus, como todo pai quer ser amado. Qual é o pai que se sentiria feliz ao ser desprezado ou esquecido por seu filho. Ou que ouvisse de seu filho que ele o odeia. Deus sofre com nossas inconseqüências. Ele trabalha por nós dia e noite, cuida de nós com todo carinho continuamente. Nada nos acontece sem que seja para o nosso bem, quando estamos sob a sua proteção.

                        Mas Deus é um Pai inteligente, é profundo, é a verdade. Ele não quer que fiquemos diante dEle dizendo, “ó meu Deus como eu te amo!”, “Senhor, como eu te quero!”. Ele vê e sente os corações, e é o que nós fazemos que está realmente em nossos corações. O que dizemos pouco importa se não é o que também fazemos. Conhecemos realmente alguém por seus atos e não pelo o que ela diz.

                        Deus quer ser amado, tem sede de nosso amor, mas na prática, no dia-a-dia de nossas vidas. Nessa campanha da fraternidade: “Escolhe, pois a vida”, a Igreja nos oferece mais uma oportunidade de amarmos nosso Deus praticamente. Dizendo não às coisas sérias, abomináveis que acontecem com os nossos irmãos e irmãs, filhos do seu amor também assim como nós. A vida ultimamente está ameaçada em seu início, seu final e também por conta do desnível social que produz uma violência sem precedentes. Os mentores do sistema capitalista neoliberal, para aumentarem o consumo e seus lucros destroem todos os valores da sociedade para que só reste o ganho e o lucro. A felicidade está nas coisas, no conforto, nos prazeres. O valioso é apenas o dinheiro, o ser humano passa a ser produto também de consumo, e como todo produto, também descartável. Desta forma, os emissários do mal, os daimons de hoje, como alguns ministros, e profissionais da medicina que estão por aí, pregam e defendem a legalização do aborto. E como todo mal trabalha com a mentira, ou com disfarce, eles procuram camuflar a situação, justificando, amenizando, trocando os termos. Por exemplo, o aborto, é chamado de “interrupção da gravidez”. Tiram todo o direito da criança de vir a vida, e passam o direito para a mulher dizendo que “toda mulher tem o direito de fazer o que quiser com o seu corpo. Só que o corpo que mulher grávida vai trucidar no seu ventre é de outro se humano, que está nela para ser gerado, mas é outro corpo, não é o dela. Uma vez concebido um ser humano, a mãe tem o dever desprotegê-lo até vir a vida. Não pertence a ela o poder de fazer seja o que for com a criança. Está nela, mas é independente dela. É outra vida, outro ser humano. E não adianta também alguns discursos científicos dizendo que antes da 6ª, 7ª, ou quantas sejam a semana, a criança não sente dor, e ainda não está formada. É um ser humano que está sendo gerado. E já capta tudo. Somos tão sagrados e seres tão impressionantes que recebemos influencia desde antes da fecundação. O ambiente em que se dá a relação, o estado de espírito do pai e mão biológico naquele dia tem influencia sobre o feto que vai ainda ser fecundado. Quanto mais já estando com o cérebro formado, que é este o primeiro órgão a ser formado.

                        Escondem de nós a gravidade da situação por que os interesses são outros. Os E.U.A. temem a super-população da periferia do mundo, por que pode colocar no futuro em risco a super-sobrevivencia do padrão americano. Os E.U. injetam milhões de dólares em programas de controle de natalidade no 3º mundo defendendo o uso de anticoncepcionais, cirurgias de esterilização e o aborto. Que o próprio presidente americano é contra, para os americanos, mas para o terceiro mundo é permitido. É grave a situação. E não vemos, não refletimos.

                        Uma vez uma mulher chegou num consultório de um obstetra dizendo: “Doutor, eu tenho um filho de um ano de dois meses, e estou grávida de dois meses. A situação está difícil em casa, estamos desempregados, e não estou bem com meu marido. Eu quero tirar este menino.” O médico perguntou: “A Senhora quer mesmo fazer aborto?” “Quero, doutor!”. Só que o medido era bom. Era um médico bom. Não só um bom médico. Ele pensou, e lhe fez a proposta:”Olhe, minha senhora, o problema é que com dois filhos fica difícil a situação de vocês, não é? Então a senhora traz o menino de um ano de dois meses que eu mato, eu faço uma injeção de veneno nele, que ele morre sem nenhuma dor, e a senhora deixa esse vir ao mundo. Se o problema é ter só um filho, então está resolvido!”. Ela deu um grito: “O Senhor está doido doutor, matar o meu menino?” . E Depois baixou a cabeça e viu que era a mesma coisa. Os dois eram filhos dela. Levantou-se e saiu do consultório em silêncio. Arrependida e disposta a lutar por aquele que viria ao mundo.

                        É uma questão de consciência. Não podemos nos deixar enganar pelos discursos daqueles que estão recebendo muito para poder controlar nossa população. Se a preocupação mentirosa deles é com as dezenas, não chega a ser centenas, de jovens que morrem por abortos clandestinos. Que eles lutem pela mudança da estrutura de nossa sociedade que concentra cada vez mais o dinheiro e conforto, qualidade de vida nas mãos de poucos, enquanto a pobreza do brasileiro aumenta vertiginosamente. A mídia com sua ideologia neo-liberal destrói as famílias, leva os jovens à liberalidade e prostituição. Se eles não querem que essas jovens morram fazendo aborto, que lutem pela mudança estrutural e mental de nossa sociedade e não legalizando assassinatos de nossos irmãozinhos que estão vindo por aí e que têm todo direito à vida. Quem aqui gostaria que sua mãe tivesse feito aborto e interrompido nossa gravidez.

                        Esta é a sede de Deus. Que nós o amemos com atos concretos, defendendo a vida em todas as suas manifestações. Assim provaremos que o amamos e faremos nosso Deus feliz!